Apresentação: 1.º simpósio "Repensando o Jinmonken"
quinta-feira, 06 de outubro de 2011

No dia 18 de agosto, foi realizado, numa das salas de reunião do edifício da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyô), o primeiro simpósio “Repensando o Jinmonken”. O presidente do Centro, sr. Shozo Motoyama, idealizou este simpósio a fim de ouvir opiniões alheias sobre o rumo do Jinmonken.

Para este primeiro simpósio, foram convidados três participantes dentre os falantes do idioma japonês. São: sr. Akinori Sonoda, presidente da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil (KENREN); sr. Lucio Sussumu Kubo, tradutor e intérprete; e sr. Nobuyuki Nishioka, diretor-presidente da Mitsubishi Indústrias Pesadas do Brasil.



Ao iniciar este simpósio, o presidente Motoyama deu palavras de abertura nas quais apresentou a situação e os desafios com que o Centro está se deparando. Levantou ainda as seguintes questões: o que o Jinmonken deve fazer de agora em diante? será que um centro de pesquisa amador como o Jinmonken consegue sobreviver a mudança do tempo? — e se mostrou confiante em relação aos resultados que poderão surgir do presente simpósio.

Em seguida, o primeiro convidado, sr. Sonoda, deu seus pareceres. Ele apresentou suas ideias e as experiências que obteve através do exercício do seu cargo. Afirmou: “uma associação não deve pensar em expandir-se, mas em manter-se compacta e possuir uma identidade”. Apontou também a dificuldade que muitas entidades nikkeis têm de encontrar sucessores nas suas atividades, e disse que existem muitas pessoas qualificadas, mas para encontrá-las é preciso abrir os olhos. E deu como sugestão para o Jinmonken reavaliar o seu profissionalismo e procurar novos meios para divulgar suas atividades.

O segundo convidado foi o sr. Lucio Kubo, um nissei bilíngue. Ele contou aos presentes sobre uma “mini pesquisa” que realizou antecipadamente a este simpósio. Nesta pesquisa, praticamente todos os entrevistados por ele reconheceram a importância de uma instituição de pesquisa especializada na «colônia nikkei», uma surpresa agradável para o palestrante — que imaginava seria oposto o resultado da pesquisa. Mas apontou que há sérios problemas ainda por serem resolvidos: de quem e para quem é feito o Jinmonken? Frisou a importância de o Jinmonken continuar sendo uma fonte de informações referentes à «colônia nikkei» e deu sugestões como: priorizar a atividade de tradução das obras escritas em japonês, abrir as portas ao público etc. E, na sua conclusão, mencionou as melhorias feitas no site do Centro, dizendo que a internet é a ferramenta-chave no mundo atual para o sucesso de qualquer empreendimento.

O terceiro e o último dos convidados apresentou a sua visão pertinente ao Jinmonken do ponto de vista empresarial. O sr. Nishioka analisou primeiramente a relação atual entre Japão e Brasil. Por causa do rápido crescimento econômico vivido pelo Brasil, a atenção de muitas empresas japonesas está se voltando ao mercado brasileiro. O empresário explica que as empresas japonesas contam, ao iniciar suas atividades no país, com o auxílio dos descendentes de japonês que saibam falar o idioma japonês. Desta forma, a presença da «colônia nikkei» no Brasil está recebendo destaque nos últimos anos. Por outro lado, porém, a identidade dos descendentes de japoneses como nikkeis está ficando cada vez mais ambígua. Muitos deles não sabem falar japonês, ou não estão familializados com a cultura japonesa. Onde eles podem buscar, quando desejarem, informação para conhecer a sua origem, indagou ele, e respondeu: o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil ou o Jinmonken têm registros para atender a esta necessidade. Entretanto, o objetivo do Jinmonken não está suficientemente claro para todos, indica o convidado. Assim, salientou a importância de se estabelecerem diretrizes para a entidade, e sugeriu uma renovação do Jinmonken, tendo as diretrizes como a base de suas atividades.

Encerrada a seção de apresentações pelos convidados, alguns membros da diretoria — sr. Tsuji, conselheiro fiscal, sr. Furusugi, diretor, sr. Furusho, tesoureiro, depuseram seus pareceres. Eles reconheceram a importância da divulgação, bem como salientaram a necessidade de um fundo financeiro sólido para futuros desenvolvimentos.

Dentre os presentes fizeram-se alguns comentários como: é necessário separar os responsáveis administrativos dos de pesquisas, incentivar pesquisas mais elementares para intensificar a atividade do Centro etc.



Ao encerrar este simpósio, o presidente sr. Motoyama tornou a falar, revelando a sua ideia de transformar o Centro numa fundação como solução para se conseguir estabilidade financeira. Ao mesmo tempo, reconheceu que o Jinmonken tem sido sustentado até agora por voluntários que possuem um vínculo pessoal muito forte com a entidade, e que é da sua responsabilidade encontrar outras pessoas que deem prosseguimento às atividades do Jinmonken. Pondo termo à reunião, o presidente pediu a colaboração de todos os presentes para o futuro do Centro.

Planejam-se mais duas seções para esta série de mesas-redondas, sendo que a segunda terá convidados que dominam o idioma português. O próximo simpósio está sendo programado para o dia 27 de outubro e sobre o detelhe será anunciado neste mesmo site num futuro próximo.